Total Body Conditioning continua a interrogação de Mika Tajima sobre o sujeito performativo maximizado no ambiente construído, onde os objectos materiais e os imperativos de produção moldam a acção.
A exposição apresenta uma série de pinturas, divisões de painéis pintados, papel de parede serigrafado, e uma escultura-cadeira contorcida.
Sociedade performativa. Ergonomia. Perfil de gosto. Morir soñando. No início dos anos de 1970, a empresa de Herman Miller revolucionou o design de interiores de escritórios através do uso da cor e da decoração (pintura), com a intenção de tornar a vida laboral mais agradável, assim como aumentar a produtividade. Ao ser mascarado, o espaço de trabalho institucional ganhou possibilidades expressivas. À medida que os indivíduos foram personalizando mais o espaço com efeitos casuais, surgiram novas opções para as paredes, com a utilização de uma paleta estandardizada ou biblioteca de padrões. Aqui, a pintura torna-se um dispositivo arquitectónico, superfície intermutável, e imagem direccional de si mesma.
Animal Laborans. Disposição. Liberdade paradoxal. Havana. As paredes da galeria revestem-se com uma série iterativa de pinturas intituladas Furniture Art, que são o reverso de quadros pintados com tinta spray acrílica. Estes quadros transparentes contêm névoas abstractas de tinta florescente, e monocromos brilhantes – por vezes delineados por padrões arquitectónicos com contornos bem marcados, que revelam múltiplos planos. Cada peça de Furniture Art é acompanhada por um subtítulo referente a uma localização geográfica – Hong Kong, Tulum, Frankfurt – mostrando associações psicogeográficas específicas produzidas pela nomeação afectiva de cores e tintas, a sua relação com o crescimento da economia imaterial e seus fluxos ambientais globais. Furniture Art refere-se à música de mobiliário (musique d’ameublement) de Erik Satie – uma série de composições infinitamente repetitivas, pensadas como música de fundo para diferentes ocasiões (decoração aural).
Capacidade. Direito individual. Scène. Inspiração. Duas das paredes da galeria são cobertas por um papel de parede serigrafado. Este tem um padrão criado a partir da imagem de um corpo curvado e flexionado, colocado numa estrutura geométrica de crescimento: um padrão de estrela que alastra. É uma imagem do corpo a trabalhar no seu limite físico, constituindo, ao mesmo tempo, um todo uniforme – este corpo esticado torna-se um pano de fundo, um motivo decorativo. Uma escultura contorcida, composta por duas cadeiras ergonómicas com apoio de joelho equilibradas numa postura impossível, destaca-se como um representante simbólico do humano performativo.
Índice de massa corporal. Molecular. Sede. Revelação. Sumo de laranja. Leite. Rum. Açúcar. Gelo.
